Os povos recolectores e as comunidades agro-pastoris
A Península Ibérica é habitada há muitos milhares de anos. Os seus primeiros habitantes eram nómadas e recolectores.
Mais tarde, há cerca de 5000 anos, estes povos começaram a fixar-se em várias regiões e passaram a dedicar-se à agricultura e à criação de animais.
Os Iberos e os Celtas
Os Iberos foram o primeiro povo a habitar a Península Ibérica. Mais tarde surgiram os Celtas e foi da junção destes dois que surgiram os Celtiberos. Entre as tribos celtiberas destacaram-se os Lusitanos. Os Lusitanos viviam entre os rios Douro e Tejo e são os antepassados dos Portugueses.
Os Fenícios, os Gregos, os Cartagineses e os Romanos
Ao longo do 1º milénio antes de Cristo, chegaram outros povos à Península Ibérica vindos do mar Mediterrâneo. Estes povos foram os Fenícios (século VIII a.C.), depois os Gregos e os Cartagineses (século VI a.C.) e mais tarde os Romanos.
A conquista da Península Ibérica pelos Romanos foi difícil, porque os Lusitanos, comandados por Viriato, resistiram durante muito tempo. Os romanos deixaram cá muitos vestígios da sua cultura (em Portugal podemos encontrar muitos desses vestígios – exemplo: as ruínas de Conímbriga, o Templo de Diana em Évora).
Os Muçulmanos
No ano 711, a Península Ibérica foi invadida pelos Muçulmanos que aqui permaneceram durante muitos séculos. Também deixaram marcas da sua cultura na Península Ibérica (a nora, a laranjeira, a numeração, a bússola,..). Estes não conseguiram conquistar toda a Península. Os cristãos refugiaram-se nas Astúrias e é a partir daqui que no ano 718, os cristãos começaram a reconquista.
O Condado Portucalense
Após a primeira vitória sobre os Muçulmanos, formaram-se os reinos de Leão, de Castela, de Navarra e de Aragão.
Após a conquista do Porto por Vimara Peres em 868, é estabelecido o Condado Portucalense como parte do reino Asture-Leonês.
Durante a reconquista, Afonso VI, rei de Leão e de Castela, foi auxiliado por cruzados franceses, entre os quais D. Henrique de Borgonha. Afonso VI recompensou-o, doando-lhe o Condado Portucalense e a sua filha D. Teresa, em casamento.
O conde D. Henrique desejou tornar o Condado Portucalense independente, mas morreu sem o conseguir e foi o seu filho, D. Afonso Henriques, que o conseguiu em 1143 (Tratado de Zamora). Como reino independente foi constituído por D. Afonso Henriques e reconhecido pelo Papa Alexandre III, através da Bula "Manifestus Probatum" de 1179. D. Afonso Henriques tornou-se assim o primeiro rei de Portugal e prosseguiu a reconquista aos Mouros. Com alguns avanços e recuos, os reis seus descendentes acabaram por conquistar o resto do território aos Muçulmanos até ao Algarve, em 1249, no reinado de D. Afonso III.
A expansão marítima portuguesa
No século XVI, Portugal atravessava uma grave crise económica. Para a combater e tentar ultrapassar essa crise, os portugueses iniciaram a expansão marítima. Foi um dos filhos do rei D.João I, o infante D. Henrique, o grande impulsionador dos descobrimentos.
Assim os portugueses descobriram/conquistaram:
• 1415 – conquista de Ceuta.
• 1420 – descoberta da Madeira, por Bartolomeu Perestrelo.
• 1427 – descoberta dos Açores, por Diogo Silves.
• 1434 – Gil Eanes conseguiu ultrapassar o cabo Bojador.
• 1488 – Bartolomeu Dias dobrou o cabo da Boa Esperança.
• 1498 – Vasco da Gama chegou à Índia por mar.
• 1500 – Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
Os descobrimentos permitiram grandes trocas comerciais entre os vários continentes. No século XVI, Portugal dominava um grande império que se estendia por quatro continentes: Europa, África, Ásia e América.
O domínio filipino e a restauração da independência
Com o desaparecimento de D. Sebastião, na batalha de Alcácer Quibir, 1578, Portugal perdeu a sua independência. Assim, de 1580 a 1640, o nosso país foi governado por reis espanhóis – Filipe I, II e III.
No dia 1 de Dezembro de 1640, um grupo de portugueses revoltou-se e conseguiu restaurar a nossa independência, escolhendo D. João IV para rei de Portugal – inicia-se assim a 4ª dinastia, a dinastia de Bragança, que governou até 1910 (ano da queda da monarquia e da implantação da república).
As invasões francesas
Em 1807, Portugal é invadido pelas tropas francesas que o fazem mais duas vezes em anos seguintes. Mas os portugueses, aliados aos ingleses, conseguem expulsá-los. Entretanto, perante a invasão francesa, a corte portuguesa parte para o Brasil (nessa data ainda era uma colónia portuguesa) e a capital é transferida para o Rio de Janeiro até 1821.
1807 :
AGOSTO – a França intimida Portugal a cortar relações com a Grã- Bretanha
OUTUBRO – França e Espanha assinam o Tratado de Fontainbleau, com vista a partilhar Portugal
NOVEMBRO – Entram pela Beira Baixa (fronteira de Segura) as primeiras tropas francesas, o rei português e a corte deslocam- se para o Brasil um dia antes do general junot invadir Lisboa.
1808 :
AGOSTO – As tropas inglesas desembarcam em frente á Figueira da Foz (Lavos). As tropas francesas são derrotadas pelas forças britânicas nas batalhas da Roliça e do Vimeiro.
SETEMBRO – as tropas francesas comandadas por Junot abandonam o país.
1809 :
MARÇO – O marechal Soult e as suas tropas entram em Portugal por Chaves, entram no Porto, saqueiam e tomam a cidade.
ABRIL – o General Wellingtom desembarca em Lisboa com as tropas britânicas.
MAIO – Soult é batido por Wellingtom no Porto e retira para Espanha.
1810 :
JULHO – A união Luso- Britânica é derrotada pelos franceses na batalha de Rio Côa.
AGOSTO – O Marechal Massena entra em Portugal, dizendo que em paz e, para combater as tropas inglesas, porém logo depois inicia o cerco de Almeida.
1811 :
SETEMBRO – na batalha do Buçaco, Massena é derrotado e retira para as linhas de Torres Vedras.
ABRIL – derrotados na batalha do Sabugal, Massena e o seu exército abandonam Portugal.
O fim da monarquia
Desde D. Afonso Henriques que o chefe de Estado era o rei. O rei governava durante toda a sua vida e, quando morria, sucedia-lhe o filho mais velho. Em Portugal, existiram 35 reis repartidos por 4 dinastias. A dinastia acabava quando não havia descendentes ou quando era escolhido um rei de outra família para reinar.
A monarquia durou em Portugal desde 1143 até 1910.
O último rei de Portugal foi D. Manuel II.
No dia 5 de Outubro de 1910, proclamou-se uma outra forma de chefia do Estado: a República. Neste sistema, o Presidente representa o país por um período de cinco anos e é escolhido por todos os cidadãos através de eleições.
O estado novo
Apesar de todas as mudanças que o país conheceu com a implantação da república, os governos estavam sempre a demitir-se e a população vivia com muitas dificuldades.
Assim, a 28 de Maio de 1926, um golpe militar pôs termo à primeira república e implantou uma ditadura em que os poderes estavam num só partido e numa só pessoa.
Esta ditadura manteve-se no poder durante 48 anos e a sua principal figura foi António Oliveira Salazar.
A revolução dos cravos
O descontentamento da população em relação à ditadura era cada vez maior. Por outro lado, a guerra que Portugal mantinha em Angola, Moçambique e na Guiné era muito criticada. Por estes motivos, na manhã do dia 25 de Abril de 1974, um movimento comandado por um grupo de capitães derrubou a ditadura e estabeleceu a democracia.
Esta revolução devolveu a liberdade a Portugal. Ficou conhecida como revolução dos cravos, por ter sido esta a flor distribuída pelos militares para se celebrar a liberdade e a democracia.
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